quarta-feira, 24 de novembro de 2010
"A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO"
Henri Toulosse Lautrec (1864-1901) - pintor
francês
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por
isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que
vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer
um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha
da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações
mais prosaicas,quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma
elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do
que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam,
passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É
possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se
dirigir a frentistas, por exemplo.
Nas pessoas que evitam assuntos
constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível
detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por
assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem
cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que
pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não
está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso
demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber que
você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o
esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu
estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro
em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É
elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
Sobrenome, jóias e nariz
empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém
a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É
elegante a gentileza.
Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a
porta para alguém é muito elegante...
Dar o lugar para alguém sentar... é
muito elegante... Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a
alma...
Oferecer ajuda... é muito elegante...
Olhar nos olhos ao conversar
é essencialmente elegante...
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural
pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em
si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:
- Se os amigos
não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão
desfrutá-la.
Adaptação de
texto extraído do Livro:
EDUCAÇÃO ENFERRUJA POR FALTA DE USO
Henri
Toulosse Lautrec
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